“Aqui Nesse Chão, Nascem Vidas, Explodem Sonhos, Compondo a Linda Melodia da Nossa História”.
Certa vez, um poeta bueraremense chamado José Delmo, afirmou em mais um de seus suntuosos poemas que “A cidade tem todas as almas e a alma todas as coisas que a cidade tem”. E foi com esse sentimento de “Vida”, que essa “Alma” em forma de cidade, localizada no Território Litoral Sul da Bahia, nasceu.
Seu desbravamento teve início nos idos de 1910, quando Antônio Batista de Oliveira formou um núcleo agrícola nas imediações das fazendas de Ubaldo Ramos, José Amaro e Antônio Aurelino Macedo, no local que hoje é denominado fazenda Conceição, de Ulisses Dórea, à margem da BR-101, próximo ao trevo rodoviário e que passou a se chamar Macuco, em virtude da abundante ave do mesmo nome, que habitava os arredores da nossa cidade, cujo bioma é a Mata Atlântica, um lugar propício para os “macucos” de todas as tribos e identidades alçarem seus vôos.
Com esse mesmo nome foi batizado um dos seus mais importantes rios, o Rio Macuco, e nas suas margens foram construídas as primeiras moradias, que foram habitadas pelos ilustres moradores e suas respectivas famílias: Antônio Batista de Oliveira, Camilo Diógenes, Plínio Feliciano da Rocha, além dos comerciantes João Aurelino e José Duarte, sem perdermos de vista os homens e mulheres anônimos que muito contribuíram com a sua força de trabalho para a construção e emancipação dessa vila, que anos depois tornou-se cidade, e conforme menciona a historiadora Rita de Coleto, “o sentimento e motivação mais importante para a formação da vila e posteriormente da cidade são marcados pelas relações familiares e de afetividade que alimentaram e alimentam a nossa pertença”.
Vale ressaltar, que o surgimento e crescimento da nossa querida Vila Macuco considerando as dificuldades da época, foi marcado por lutas e resistência, tendo como principais intendentes José Cardoso, José do Rosário e José Francisco Sales. E após vivermos, longo período como distrito de Itabuna, foi desmembrado e elevado à categoria de cidade em 17 de setembro de 1959, através da Lei nº 1.170, passando a se chamar Buerarema, palavra originária da língua tupi, cujo significado é madeira que cheira, em 1962 teve o seu primeiro prefeito eleito pelo povo, o Sr. Paulo Portela, empossado em 7 de abril de 1963.
E para concluir, ou reiniciar parte desse capítulo com as futuras gerações, trago o célebre jargão do Grupo de Arte Macuco: “engana-se aquele que pensa que a história chegou ao fim”, porque ela continuará viva nas vozes dos nossos cantores, compositores, escritores, artistas, poetas, e sobretudo na voz e na memória afetiva da nossa Gente. Sendo assim, parafraseando o jornalista, ator e professor de teatro Gideon Rosa, “nunca esqueça o lugar que o seu coração viu a luz do dia entrar”.
Rita Maria de Souza
Ou Rita de Coleto, historiadora, professora da rede pública de ensino, escritora, filha dessa terra, feminista, ativista social, antirracista, ativista dos direitos humanos.